Animais medicados com antirretrovirais dias após a contaminação por vírus semelhante ao HIV manifestaram a infecção meses depois
Um desafio-chave para a cura da infecção por HIV é a presença de "reservatórios virais": células imunológicas infectadas que podem ficar adormecidas por anos, sem ser afetadas pelo tratamento com antirretrovirais ou pelo sistema imunológico.
No estudo, macacos receberam medicação antirretroviral três, sete, dez e catorze dias após a infecção por SIV. O tratamento foi suspenso por seis meses, e o vírus se replicou em todos os grupos, ainda que mais lentamente nos macacos tratados mais precocemente.
"A disseminação surpreendentemente precoce do reservatório viral nos primeiros dias de infecção é séria e traz novos desafios para os esforços de erradicação do HIV", escreveram os autores do estudo. "Nossos dados sugerem que será necessário iniciar o tratamento com antirretrovirais de maneira extremamente precoce, prolongar sua duração e, provavelmente, adotar intervenções adicionais que ativem o reservatório viral."
Os autores do artigo destacaram que suas descobertas ainda precisam ser confirmadas em humanos e que há diferenças importantes entre a infecção por SIV e HIV. No entanto, se nos humanos o vírus também conseguir encontrar reservatórios antes de ser detectado no sangue, pode ser muito difícil iniciar o tratamento com a precocidade necessária, uma vez que o exame de sangue é necessário para diagnosticar a infecção por HIV, explicou a equipe. Não há cura para a aids e os medicamentos antirretrovirais apenas controlam a replicação do vírus, contendo sua disseminação.
A descoberta vem à tona dez dias depois do anúncio de que o HIV foi encontrado em um bebê que parecia curado do vírus. O bebê tomou antirretrovirais 30 horas depois do nascimento e se manteve livre do vírus por 18 meses. Após ficar quase dois anos sem medicação, exames constataram o HIV em seu sangue.
O novo estudo foi publicado durante a 20ª Conferência Internacional sobre Aids, que discute os avanços na prevenção e no tratamento da doença, em Melbourne, na Austrália.
(Com AFP)
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