Pesquisa feita com americanos de origem japonesa mostra uma relação entre a altura e a longevidade
Estatura e longevidade apresentam uma conexão direta — pelo menos para homens de origem japonesa. É o que mostrou um estudo feito por pesquisadores dos Estados Unidos, Japão, Austrália e México, publicado na semana passada, no periódico Plos One.
O estudo foi baseado em dados de 8 006 nipo-americanos nascidos entre 1900 e 1919 e residentes da ilha de Oahu, no Havaí. Dentre eles, 12% tinham nascido no Japão, e a maioria era da segunda geração.
Os pesquisadores descobriram que os homens mais baixos tendiam a apresentar uma forma do gene FOXO3 que já havia sido associada à longevidade em estudos anteriores. Esses participantes também apresentavam menores níveis de insulina no sangue. "Analisamos homens de 1,50 a 1,80 metro de altura. Quanto mais alto, menor foi a longevidade", afirma Bradley Willcox, um dos autores do estudo e professor da Universidade do Havaí.
Limitações — Os autores da pesquisa explicam que a amostra utilizada é bastante homogênea geneticamente e portanto não corresponde à população mundial.
"O estudo é bem desenhado e pode indicar que a genética desempenha um papel muito importante na longevidade, mas não permite afirmar que as pessoas mais baixas vão viver mais. Essa correlação precisa ser avaliada em outras populações", diz o médico geneticista Ciro Martinhago, diretor da clínica Chromosome Medicina Genômica, em São Paulo, que não participou do estudo.
Segundo Martinhago, a longevidade provavelmente não se deve à altura, mas ao fato de que os portadores da variação do gene FOXO3 metabolizam insulina com mais eficiência. "O processamento da insulina e a altura são consequência da presença desse gene", afirma o médico.
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